segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Por que o nome “romance de mocinho e romance de mocinha”?


Uso esses nomes em consonância com o marketing das próprias editoras, que dirigem suas coleções para públicos femininos coleções como Júlia, Momentos Íntimos, Biblioteca das Moças, etc, constituídas de romances que identifico como “de mocinha”. E os masculinos coleções como F.B.I., Z.Z.7, Faroeste Beijo e Bala, Mulher & Colt e outras, que se constituem de romances a que me refiro como “de mocinho”. Com esses dois tipos de romances, me propus a um estudo estrutural dos estereótipos presentes nessas literaturas visando a um aproveitamento desse material em pesquisas futuras.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

ROMANCE DE MOCINHA & ROMANCE DE MOCINHO: A LITERATURA NARRATIVA DE MASSA POR UM CONVÍVIO DOS CONTRÁRIOS

Dada a importância do romance de mocinha para leitoras brasileiras, estudei 101 exemplares representativos de 28 coleções de romance para, a partir dessa leitura, escolher 8 romances significativos de 8 coleções do gênero. Esse itinerário permitiu indagar se todos os aspectos da produção de M. Delly detectados por Prado (1981), em algum momento, figuraram nos exemplares catalogados. Realço que M. Delly representa uma fôrma para todos exemplares lidos, não afirmo, no entanto, que os autores das coleções mais atuais tenham se servido do processo de escrita de M. Delly, mas sim que todos os autores dos exemplares apresentam construção fabular similar, com poucas variáveis observadas.



Como se trata de um trabalho comparativo dei tratamento igual aos romances de mocinho; isto é, elenquei 101 romances e deles escolhi 8 exemplares, também representativos de 8 coleções. Esclareço que parti do objeto para uma compreensão de processos que o contextualizam histórico, social e culturalmente; parti da leitura dos romances, estudei a origem deles, a problemática da indústria cultural e a da formação do leitor e me propus uma reflexão que dialogasse origem, circuitos e textos. Por essa razão, na frente teórica, o trabalho inicial seguiu em duas direções: a de uma análise descritiva e a de uma delimitação de possíveis usos do texto. Com isso acreditei viável uma compreensão mais rigorosa do fenômeno de produção e consumo do objeto estudado. Esse percurso me pôs uma infinidade de questões já no Capítulo I. Neste, parto de duas concepções: a primeira, genealógica; a segunda, mercadológica. As duas amparam tanto o Capítulo II quanto o Capítulo III.