
Como se trata de um trabalho comparativo dei tratamento igual aos romances de mocinho; isto é, elenquei 101 romances e deles escolhi 8 exemplares, também representativos de 8 coleções. Esclareço que parti do objeto para uma compreensão de processos que o contextualizam histórico, social e culturalmente; parti da leitura dos romances, estudei a origem deles, a problemática da indústria cultural e a da formação do leitor e me propus uma reflexão que dialogasse origem, circuitos e textos. Por essa razão, na frente teórica, o trabalho inicial seguiu em duas direções: a de uma análise descritiva e a de uma delimitação de possíveis usos do texto. Com isso acreditei viável uma compreensão mais rigorosa do fenômeno de produção e consumo do objeto estudado. Esse percurso me pôs uma infinidade de questões já no Capítulo I. Neste, parto de duas concepções: a primeira, genealógica; a segunda, mercadológica. As duas amparam tanto o Capítulo II quanto o Capítulo III.
Se, primeiramente, vinculo o corpus numa totalidade mais significativa (o romance grego, de aventura e folhetim) isso se dá exatamente para descobrir a origem do objeto de estudo que é fundamental para a morfologia (Propp, 1983) descrita no Capítulo III. Se há pouco me neguei a afirmar que as coleções de romances de mocinha são "fontes" dellianas, agora afirmo: tanto romance de mocinha quanto romance de mocinho possuem matrizes canônicas. Essa a razão do Capítulo I deste trabalho: estabelecer diálogos com os textos "canônicos" e os textos "marginalizados", sendo estes apresentados no Capítulo III.

No Capítulo II, dialogo conceitos de orientação marxista com as condições de consumo levantadas por Garcia Canclini (1997b); isso porque, a meu ver, o consumidor também exerce uma influência sobre o produtor. Procuro, ainda, verificar os leitores (consumidores) e os formatos de leitura possíveis aos textos do corpus. Estabeleço diversos fundamentos teórico-metodológicos que me pareceram requisitados pelo próprio material estudado. E a seqüência natural do trabalho, que pedia uma análise descritiva/morfologica do romance de mocinha e romance de mocinho, foi efetuada no Capítulo III.
fonte: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/4296
ou
Nenhum comentário:
Postar um comentário