sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Teoria Literária: Uma Introdução" (para resenhar)

Teoria Literária: Uma Introdução.
Jonathan Culler (Trad. Sandra Guardini T. Vasconcelos) Beca, 2001.


Resenha – capítulo 1 – O que é Teoria?


"Teoria do quê?" O capítulo inicial de Teoria Literária: Uma Introdução apresenta questões básicas as quais partem do geral para o particular. Sendo o geral toda e qualquer "teoria", desde uma suposta possibilidade de traição entre namorados e discussões que abrangem outros âmbitos não-literários, até questões de ordem filosóficas.
Servindo-se do exemplo acerca de um rompimento emocional, o autor teoriza sobre o que é suposição, especulação e o que pode vir a ser uma teoria: "uma teoria, por contraste, é especulação que poderia não ser afetada,
uma explicação cuja verdade ou falsidade poderia ser difícil de demonstrar". Dessa informação entendemos que uma teoria não trata de conjecturas ou de obviedades que possam ser facilmente comprovadas, mas de hipóteses que envolvem complexidade e que exigem trabalho/pesquisa para ser comprovado/refutado.
Quanto à teoria mais "particular", no caso o recorte fica para a teoria dos estudos literários, entendemos que aborda uma série de limites que exigem reflexões difíceis de expor com precisão por se tratar de um número ilimitado de textos teóricos que possibilitam "teorizar" na área dos estudos literários. No entanto, para que um texto possa ser utilizado como "teoria" é necessário que o mesmo produza efeitos além do produzido na sua área. Ou seja, devera fugir ao "senso comum". Assim, a teoria questionara, investigara concepções e circunstâncias de produção/leitura/sujeito/identidade e outras questões pertinentes ao estudo literário.
Para exemplificar a apresentação de teoria geral o autor nos apresenta dois textos de filósofos que não foram produzidos para analisarem a produção literária mas que, devido a sua complexidade e interdisciplinaridade permitem leituras de outros textos que não apenas os filosóficos. Culler serve-se de textos de Michel Foucault e Jean-Jacques Rousseau para apresentar exemplos de como um argumento complexo pode chegar ao 'status' de teoria. Sendo que, para isso, é necessário que o questionamento do teórico se aplique para outros tópicos, permita análise, fuja ao senso comum, seja crítica, proporcione reflexão e produza sentido para outras investigações.
Culler, após expor as duas teorias, conclui, no mesmo compasso que iniciou a apresentação do capítulo e esclarece quanto a infinitude das teorias, a natureza delas e as leituras novas que daí advém. Necessário dizer que não há como conhecer todas as teorias, mas, ela própria de domínio impossível, permite questionar qualquer resultado baseado em uma ou muitas teorias.





P.S.: resenha para uma das disciplinas feitas em 2005.

Cleiry de Oliveira Carvalho




























2 comentários:

  1. Adorei a resenha deste capítulo! Está realmente muito bem elaborada! Por acaso nao tem resenha dos 5 seguintes capítulos?

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  2. Oi, a resenha foi "tarefa" quase que obrigatória, ou de fato obrigatória... Ou seja, só fiz o que foi solicitado. Mas, de qualquer forma, penso ser mais importante anotar as ideias principais do livro todo e, depois, cotejar com outros autores do mesmo assunto. Recomendo que leia o Terry Eagleton, inteiro!

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