sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A Privataria tucana



Leia a entrevista publicada na CartaCapital


CartaCapital: Por que você decidiu investigar o processo de privatização no governo Fernando Henrique Cardoso?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Iluminismo e iluminação (Sérgio de Carvalho)

 “Você acha que essa perspectiva iluminista, essa crítica da ideologia feita pelo teatro épico, dá conta das questões contemporâneas?”. Respiro fundo e tento explicar que o procedimento do teatro dialético não pode ser identificado ao desmascaramento, à exposição da mola econômica, que os aspectos decisivos estão na interação contraditória entre a cena e o público etc. Fico com vontade de sugerir a leitura dos textos de Marx sobre religião,mas opto em escapar da conversa inútil (que não modificaria pontos de vista já cristalizados) com uma citação de um filósofo contemporâneo, o que serve antes para confundir do que para esclarecer minha posição. Parece que a inteligibilidade em arte não é um valor muito apreciado. Em casa, sublinho no Diário de Trabalho, o seguinte trecho, do período norte-americano de Brecht, que mostra sua diferença em relação a qualquer materialismo vulgar: “A oportunidade especial que o marxismo teve na Europa não existe aqui. O sensacional desnudamento das práticas comerciais nos países burgueses indicou que o marxismo surgiu como um iluminismo, efeito que não é possível aqui. Aqui você se vê diante de um Estado instituído diretamente pela burguesia, que em nenhum momento se envergonha de ser burguesa.” Sua obra – lá atrás – já lidava com uma compreensão avançada das utilidades e limites da atitude iluminista, num tempo em que “a opressão avança dispensando a máscara do pacifismo”.




Sugestão, acesse o link: http://www.sergiodecarvalho.com.br/?p=1478

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Oito em cada 10 escolas ficam abaixo da média no Enem e das 20 melhores, 18 são privadas




BRASÍLIA - Oito em cada dez escolas públicas ficaram abaixo da média no último Exame Nacional do Ensino Médio (2010). É o que revelam os resultados do Enem por estabelecimento de ensino, que o Ministério da Educação divulga nesta segunda-feira. O cálculo considera escolas em que, pelo menos, 25% dos alunos participaram do exame. Entre os colégios particulares, 8% não conseguiram superar a média nacional - um décimo do índice verificado na rede pública.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Do que se pode falar nas escolas por Sírio Possenti

Faço um recorte:

"De tempos em tempo, surge na mídia alguma notícia (o tom é quase sempre de escândalo) sobre fatos que teriam ocorrido em escolas, causando reações, a meu ver, desproporcionais. O último fato de que tive algum conhecimento se deu em uma escola de Campinas. Segundo aspectos do noticiário, teria sido algo muito censurável. Pais ficaram indignados porque seus filhos teriam aprendido (?) receitas associadas a comportamentos que eles reprovam. Explico (só um pouco)."

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Joias do pensamento, por Sírio Possenti

Férias, na maioria das vezes, são boas... ou o inverso, claro. Só que nessas férias tive a oportunidade de "catalogar" um ser vivente como "de direita". Aí, na mesa do café da manhã, um outro ser que eu também daria a mesma catalogação, esperneou. Nesse esperneio ele foi logo dizendo que era conta a ideologia, etc., etc. e que não é de direita.

Pois é. Além de ser, não sabe. Mas da próxima vez o chamarei de serrista, dá na mesma.

E, hoje, ao ler o que um intelectual renomado publicou ontem, eis que!:

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sírio Possenti - Suponhamos (Opinião III)

Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5149998-EI8425,00-Suponhamos.htmlQuinta, 26 de maio de 2011, 08h20

Suponhamos

Sírio Possenti
De Campinas (SP)
Para fazer a denúncia das aventuras de Palocci, um jornal conta ao leitor que analisou documentos, fez cálculos etc. Nos dias seguintes, revela mais detalhes, cita os desmentidos, os desmentidos dos desmentidos, novos nomes, novos números. Retoma-se o caso Francenildo etc.
Suponhamos que a mídia tratasse da mesma forma

Sírio Possenti - Aceitam tudo (Opinião II)

Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5137669-EI8425,00-Aceitam+tudo.html
Quinta, 19 de maio de 2011, 08h14 Atualizada às 18h50

Aceitam tudo

Sírio Possenti

De Campinas (SP)

De vez em quando, alguém diz que lingüistas "aceitam" tudo (isto é, que acham certa qualquer construção). Um comentário semelhante foi postado na semana passada. Achei que seria uma boa oportunidade para tentar esclarecer de novo o que fazem os linguistas.
Mas a razão para tentar ser claro não tem mais a ver apenas

Sírio Possenti - Variação e Mudança (opinião I)

Para os que sabem ler. Para os que não acreditam em tudo que é publicado pelo PIG, ou dito por pessoas que representam as elites desse país que fala português.

A fonte é: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3355716-EI8425,00-Variacao+e+mudanca.html

Quinta, 27 de novembro de 2008, 08h06 Atualizada às 08h39

Variação e mudança

Sírio Possenti
De Campinas (SP)

A maioria absoluta dos brasileiros - talvez não só os brasileiros - alfabetizados ou letrados tem uma idéia completamente equivocada do que seja uma língua. Para eles, língua é a que a escola ensina, ou o que está nos manuais do tipo "não erre mais". O resto é erro. Todos consideram que as variantes são erros.
Ocorre que o que a escola ensina também é mais

sábado, 2 de abril de 2011

Sobre resenhas presentes aqui no blog.

Seguinte: apesar de todas terem sido feitas em 2005, são os links mais buscados no blog. Então atualizei a data de postagem para 01/04/11 em todas elas. A intenção é deixá-las próximas.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Da Imperfeição" (para resenhar)

GREIMAS, Algirdas Julien. Da Imperfeição. (Trad. e pref. Ana Claudia de Oliveira; apres. Paolo Fabbri, Raúl Dorra e Eric Landowski). São Paulo: Hacker Editores, 2002.



"Todo parecer é imperfeito", disse Greimas num tom filosófico. Resta ao leitor acatar (ou não) a escrita e seguir a leitura do Da Imperfeição. Por questão de pouquíssimo conhecimento das obras do semioticista, foi necessário tomar o caminho do passo a passo. Assim foi a leitura, hora a inserção de um ponto de interrogação, hora um de exclamação. As exclamações aconteceram por conta da apresentação de os Paolo Fabbri, Raúl Dorra e Eric Landowski; eles,

"Leitura: Teoria & Prática" (para resenhar)

Leitura: Teoria & Prática
Roger Chartier (Tradução: Celene Margarida Cruz e João Wanderley Geraldi)
Revista Semestral da Associaçãoo do Brasil
Resenha – página 67 à 75 –
Crítica textual e história cultural — o texto e a voz, séculos XVI-XVII
Leituras pelo mundo
Os sentidos que os leitores dão aos textos são, na análise de textos literários, o objeto essencial da história literária e da crítica textual. A produção de significado e a inteligibilidade do texto estão na materialidade do mesmo e os sentidos de um texto são oriundos dos discursos e das estéticas da criação. Para uma abordagem histórica é necessário levar em conta o autor/leitor/texto (na sua materialidade) já que os sentidos não estão apenas no "funcionamento automático e impessoal da linguagem" e as

"Teoria Literária: Uma Introdução" (para resenhar)

Teoria Literária: Uma Introdução.
Jonathan Culler (Trad. Sandra Guardini T. Vasconcelos) Beca, 2001.


Resenha – capítulo 1 – O que é Teoria?


"Teoria do quê?" O capítulo inicial de Teoria Literária: Uma Introdução apresenta questões básicas as quais partem do geral para o particular. Sendo o geral toda e qualquer "teoria", desde uma suposta possibilidade de traição entre namorados e discussões que abrangem outros âmbitos não-literários, até questões de ordem filosóficas.
Servindo-se do exemplo acerca de um rompimento emocional, o autor teoriza sobre o que é suposição, especulação e o que pode vir a ser uma teoria: "uma teoria, por contraste, é especulação que poderia não ser afetada,

"O Prazer do Texto" (para resenhar)

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Barthes, Roland. O Prazer do Texto. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva.
Nesta obra pós-estruturalista de Barthes, a escrita lírica e literária é uma ruptura com a significação estrutural a favor, também, de uma possível leitura erótica do texto. O pacto no espaço do "entre" autor/leitor possibilita que o último corte a corda e contente-se no prazer que a escrita permite.
O "entre" é quase uma categoria em O Prazer do Texto. Obra que visita o tempo

"Baudelaire: O modernismo nas ruas" (para resenhar)

BERMAN, M. "Baudelaire: O modernismo nas ruas". In.: Tudo que é sólido desmancha no ar. São Paulo: Cia das Letras, 1998. Páginas 129 – 165.

O ensaio, do início do século XX, apresenta alguns escritores e pensadores que se dedicaram à modernidade, porém, Berman (1998) defende que, se tivesse que apontar o primeiro modernista, este seria o poeta Baudelaire. E o ensaio se detém em torno de Baudelaire, da modernidade presente nos escritos e comportamentos do poeta.
Berman (1998) divide o ensaio em cinco partes:

"O princípio poético" (para resenhar)

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POE, E. A. "O princípio poético". In.: Poemas e ensaios. Tradução: Oscar Mendes e Milton Amado. Revisão e notas: Carmen Vera Cirne Lima. 2 ed. Rio de janeiro: Globo, 1987. Páginas 83 – 107.
O princípio poético de Poe opera com uma relação entre a extensão da obra pretendida e a reação provocada no leitor. Para Poe há os poemas de primeira e segunda categoria e essa definição se dá pela extensão da obra. Na opinião dele não existe um poema longo, já que o mesmo, ao ser lido, será na verdade vários pequenos poemas com mais ou menos emoção. E só se trata de poema quando provoca uma emoção exaltante: "o valor do poema está na razão desta emoção exaltante" (1987; 83). Para tanto, uma obra poética deve ser planejada e articulada sistematicamente, isto é, cada elemento deve ser escolhido objetivando o efeito pretendido. E está foi a medida adotada por Poe ao compor "O Corvo" e explicita na "Filosofia da composição". De início, Poe recomenda que o texto tenha início no final, pois "só tendo o epílogo constantemente em vista poderemos dar a um enredo seu aspecto indispensável de conseqüência, ou causalidade...", declarou sobre a confecção do poema. O artista, então, como um estrategista poético deve armar o texto de modo a despertar no leitor o efeito almejado. Um efeito lapidado pelo sentimento poético, marcado pela indefinição e pelo prazer. Tal como no poema, Poe pressupõe para o conto, para a prosa de narrativa curta, a "unidade de efeito ou impressão", causando um estado de excitação, conseqüentemente, a dosagem do tempo deve ser prevista. Um conto deve então ser lido de uma sentada, caso contrário a unidade e a exaltação se perdem, implicando a descaracterização do texto como tal.
No caso dos poemas utilizados por Poe para o ensaio "O princípio poético" e ao

"Tradição e talento individual" (para resenhar)

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ELIOT, T. S. "Tradição e talento individual". In.: Ensaios. Tradução, introdução e notas de Ivan Junqueira. São Paulo: Art Editora, 1989. Páginas 37 – 48.


No tradicional ensaio de Eliot, de 1919, "Tradição e talento individual" há duas vertentes norteadoras. A primeira consiste no fato de que todo poeta deve escrever com a consciência de seu passado. A outra versa quanto à questão da emoção e da escritura. O ensaísta defende que a poesia não deve ser a reprodução de uma emoção pessoal mas que ela deve tocar um conjunto de experiências que não são, obrigatoriamente, as do poeta em questão. E, se forem as do poeta, elas deveram ser marcadas pela impessoalidade. Deveram passar por um "depurador" o suficiente para transformar a experiência em matéria-prima, sem traços que denuncie o sentimento do poeta, apenas revele o seu talento.
Neste sentido Eliot requer,

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Risco Subscrito, de Max Martins ----- Direto da Vitrine Literária




FONTE: http://vitrineliteraria.com.br/
Antes do traço, o som

Escrevo sobre um livro de poesia, O Risco Subscrito, de Max Martins, saído em 1980. Pouco conhecido,  o Max Martins,  nesta paragens de São Paulo, apesar dos prêmios que já recebeu;  pouco conhecidos os seus livros,  e este, que leio depois de muito tempo, não foge à regra. Faz mais de um quarto de século que foi publicado. Quando o li da primeira vez senti alguma estranheza,